segunda-feira, 29 de abril de 2013

Educar para emancipar



Educar para emancipar

O que é educar? Para que educar? Qual a função do educador? E, consequentemente, qual a função social da escola?

Diante de uma sociedade enferma atualmente educar tornou-se missão para poucos, fardo para alguns, bico para outros, enfim, educar não é “ser” é “estar”.

A arte docente é provocar a fascinação pelo desejo de conhecer e como provocar fascinação reproduzindo uma cultura de massa imposta, tão claramente, por uma ideologia dominante? Cultura esta tão duramente criticada e estudada por Markuse e Adorno em suas teorias a respeito da indústria cultural. E o que Nietzsche chamou de Moral de Rebanho.

Não somos gado e nem ovelhas. Somos animais sim, porém racionais. Somos dotados de razão, podemos criticar racionalmente e por que escolhemos sermos levados como um rebanho?

Fascínio – do latim fascinatio – quer dizer ‘encantamento mágico’. A criança, ao chegar à escola deve ser fascinada, encantada com um novo mundo de possibilidades que se abre para ela. Um universo pulsante, em teoria, vivo.

Piaget postula que, para alcançar uma educação para a liberdade, o aluno precisa vivenciar uma educação que o torne livre, ou seja, ele precisa ser desafiado a desenvolver sua inteligência ativa e sua criticidade. Educar para a liberdade é propiciar a construção do pensamento.

E como propiciar a construção do pensamento se na escola propaga-se um círculo vicioso no qual o valor do aluno é concebido pelo número de atividades de cópia e memorização que são capazes de fazer? Ou enfileirados, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem (DRUMOND), podados em suas inquietudes.

As atividades desenvolvidas em sala de aula podem envolver situações de aprendizagens concretas, significativas e prazerosas ou métodos exaustivos, com muitas atividades mecânicas visando à produção passiva e reprodução de uma saber que pertence ao professor.
Entendem que para aprender é preciso que a criança permaneça imóvel durante horas realizando atividades centradas pelo adulto. É a cultura da disciplina e do silêncio na qual as interações representam indisciplina e “bagunça”.

Para Piaget conhecer não consiste, com efeito, copiar o real, mas agir sobre ele e transformá-lo. Todo conhecimento contém um aspecto de elaboração nova.

Há, hoje, uma dicotomia na educação: a busca de uma epistemologia, pautada no conhecimento científico e numa prática comprometida com o aluno. E, em contrapartida, uma cultura imediatista de desrespeito e busca de resultados a qualquer custo.
Educar para emancipar é ensinar a “pensar”! Nietzsche diz que para se aprender a pensar, é preciso aprender a dançar. O pensamento são as ideias dançando. O pensamento pula de uma coisa que ele conhece para uma coisa que ele não conhece: uma fascinação.

Nossa função como educadores é, inicialmente, aprendermos essa dança para depois ensinarmos aos nossos alunos. Nós precisamos aprender a dançar! Para depois os convidarmos ao baile, já que não adianta cobrar algo que nós não sabemos.

Aprender a pensar não é algo fácil. Como afirma Ruben Alves que não há nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Com as respostas certas não há construção, apenas repetição e com a repetição não há aprendizado e sim condicionamento.

A nossa missão como educadores é não darmos nada pronto. Temos que instigarmos os nossos alunos. Façamos boas perguntas que os incitaremos. O que move o conhecimento são as perguntas e somente as perguntas nos permitem entrar pelo desconhecido.

Além de tudo, aprender a pensar é uma postura histórico-crítica. É uma construção conjunta: professor e aluno. E o que era uma díade – escola e professor – transforma-se numa tríade – escola, professor e aluno.
Então professor eu lhe pergunto:


QUAL É O SEU

          ?



Porque o meu eu já descobri: escolho aprender a dançar! Não quero repetição, quero construção; não quero condicionamento, quero aprendizado; não quero as respostas, quero as perguntas; não quero ser passiva, quero ser ativa. Enfim, quero ser transformada para, assim, poder transformar. Enfim, escolho não ser indiferente!!!

É com essa reflexão que lhes desejo professor, um ano cheio de FASCINAÇÃO!!!



Camila Vilela





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