PLANO DE AÇÃO
“MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA”:
Ações afirmativas para o fortalecimento da identidade da criança na educação infantil
“Ninguém
nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por
sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar podem ser ensinadas a amar!”
NELSON
MANDELA
INTRODUÇÃO
A educação é um dos principais agentes de transformação
de qualquer sociedade. Com esse pensamento inicia-se um novo paradigma
educacional: uma escola na qual todos aprendem a conhecer e a valorizar a
diversidade.
Partindo da premissa de que nenhum segmento da
sociedade está isento de racismo, inclusive no ambiente escolar e acreditando
que é função da escola formar cidadãos conscientes de seus papéis em sociedade,
faz-se necessário a implantação de um Plano de Ação que sedimente e valorize a
identidade das crianças na Educação Infantil.
Segundo o Referencial Curricular (1998), o
desenvolvimento da identidade está intimamente relacionado com os processos de
socialização. A partir do momento que essa criança está inserida num contexto
social ela se vê através do outro.
Na Educação Infantil a criança tem o seu primeiro
contanto com o mundo da “socialização”. Elas conhecem, descobrem novos
sentimentos, valores, costumes e papéis sociais. Enfim, nada como um trabalho
de valorização da identidade e da diversidade nesse segmento, para que possamos
encontrar, no futuro, cidadãos cognoscentes.
Como afirma
Cavalleiro (1998):
Numa
sociedade dialética homem/sociedade, o novo membro da sociedade interioriza um
mundo já posto, que lhe é apresentado com uma configuração já definida,
construída anteriormente à sua existência. Assim, interagindo com os outros, a
criança aprenderá atitudes, opiniões, valores a respeito da sociedade ampla e,
mais especificamente, do espaço de inserção de seu grupo social. (p. 16)
A interface racismo
e educação oferecem possibilidade de colocar no mesmo palco a importância de
duas temáticas: a função social da escola e a diversidade cultural.
JUSTIFICATIVA
Esse Plano de Ação justifica-se pelo fato de ser a Educação Infantil, o
primeiro contato, real, da criança com o mundo. Estão em processo de
desenvolvimento emocional, cognitivo e social. Internalizam o discurso alheio,
já que nessa faixa etária, do ponto de vista do juízo moral de Jean Piaget, a
criança encontra-se na fase denominada heteronomia.
Fazzi (2004) afirma que as pesquisas vêem mostrando, de modo recorrente,
que, em torno, aproximadamente, dos 4-5 anos as crianças já desenvolveram algum
tipo de conceituação ou identificação racial.
A identidade é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma
marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as
características físicas, de modos de agir e de pensar e da história pessoal.
Abramowicz e Oliveira (2012) consideram criança e infância a partir daquilo que as diferencia. Isso quer dizer
que, nos processos e práticas sociais que incidem e constituem as crianças,
desde o inicio, há o recorte de gênero/sexualidade, etnia, raça e classe social
produzindo diferenças.
As pesquisas sobre relações raciais que abordaram a questão da criança
negra no espaço escolar em sua grande maioria apresentam-na com problemas de relacionamento
com seus colegas e professores ocasionados pela cor, gerando uma relação
conflituosa e, muitas vezes, nociva para aqueles que acabam sendo rejeitados
por seus atributos físicos. Mesmo na faixa etária a partir de 4 anos de idade,
as pesquisas na área de educação infantil já apontam a existência da problemática
racial entre crianças e adultos.
A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se
estabelecem relações com crianças de diversificadas famílias, o que favorece a
construção da identidade da criança.
Dependendo da maneira como é tratada a questão da diversidade, a escola
pode auxiliar as crianças a valorizarem suas características étnicas e
culturais, ou pelo contrário, favorecer a discriminação quando é conivente como
preconceitos.
OBJETIVOS
O racismo
consiste na discriminação de pessoas, baseado em características fenotípicas,
justificando a superioridade de uma raça sobre a outra.
Com o objetivo
de entender, valorizar e fortalecer a identidade da criança na Educação Infantil
torna-se necessário a implantação de um Plano de Ação para planejar atividades
específicas que tratem a diversidade como algo inerente às relações sociais.
Promover uma
educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade
deve-se partir de temáticas significativas propiciando condições desde a mais
tenra idade, para que as crianças tomem consciência de suas próprias raízes.
Propor
atividades escolares visando trabalhar o preconceito racial através do
conhecimento e valorização da cultura dos negros e afros descendentes,
fortalecendo, assim, a identidade das crianças.
O cotidiano
escolar deve ser local de igualdade, de respeito às diferenças, pois como
afirma Freire (2006): [...] “a educação é uma forma de intervenção no mundo”.
DESENVOLVIMENTO
A educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança, então por que não começar nessa fase o trabalho com a
problemática racial no cotidiano escolar?
Esse Plano de Ação terá uma duração de dois meses.
CRONOGRAMA
ATIVIDADES
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QUEM
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QUANTO TEMPO
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Contação
e exibição do vídeo da história: “Menina bonita do laço de fita”, de Ana
Maria Machado.
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Professora
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A cada 15 dias.
Durante 2 meses. (A cada contação, será feita uma atividade
diferenciada)
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Exibição
do vídeo do poema “Diversidade” de Tatiana Belynki e do vídeo: “Tudo bem ser
diferente” de Todd Parr.
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Professora
|
Uma vez por semana,
durante 4 semanas, alternando entre um e outro, nas acolhidas.
|
Apresentação
de teatro de fantoches com a história: “Menina bonita do laço de fita”, de
Ana Maria Machado.
|
Professora e alunos
|
Apenas uma vez.
Após a apresentação, ler novamente a história.
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Roda
de história. Contação de uma lenda retirada do livro: Mãe África, de Celso
Sisto. Associada à atividade de sala.
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Professora
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Duas vezes por semana.
Durante 2 meses
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Apresentação
e explicação do jogo de tabuleiro conhecido como Mancala ou Kallah, muito
importante na África.
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Professoras e alunos
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Uma vez por semana.
Durante 2 meses
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Exibição
dos trabalhos de Cândido Portinari: “Menina com tranças e laços”. Fazendo uma
analogia com a história de Ana Maria Machado.
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Professora e alunos
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Uma vez por mês.
Durante 2 meses.
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Cineminha
na escola. Exibição do filme: A Princesa e o Sapo, da Disney.
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Professora e alunos
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Uma vez por mês.
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Roda
de conversa e exibição do curta da Pixar: “Convivência”.
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Professora e alunos
|
Uma vez, para
finalizar o Plano de Ação.
|
Considerações finais
Os primeiros anos da infância
são fundamentais para a formação intelectual, afetiva e social do ser humano.
Através desse primeiro contato com o mundo que a criança faz-se sujeito ativo,
interagindo e transformando o meio na qual está inserida.
A Constituição Federal
atribuiu à educação infantil atuação especial e estratégica na satisfação dos
conteúdos básicos de aprendizagem, nomeadamente valores e atitudes, ao lado de
conhecimentos e habilidades.
Pude concluir que as crianças
pequenas já passaram por processos de subjetivação que as levaram a concepções
já tão arraigadas no nosso imaginário e na realidade social sobre o branco e o
negro e, consequentemente, sobre as positividades e negatividades atribuídas a
um ou outro grupo racial.
Cavalleiro (1998) afirma que crianças em idade pré-escolar já
interiorizam ideias preconceituosas que incluem a cor da pele como elemento
definidor de qualidades pessoais
É função do educador fazer
frente a essas concepções valorizando a diversidade cultural. A natureza da
Educação Infantil e o princípio da autonomia assegurado pela Constituição e
pela LDB tornam especialmente desafiadora a tarefa de promover a igualdade na
educação.
REFERÊNCIAS
ABRAMOWICZ, Anete; OLIVEIRA,
Fabiana de. As relações étinico-raciais e a sociologia da infância no Brasil:
alguns aportes. BENTO, Maria Aparecida Silva (org). Educação Infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos
políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: Centro de Estudos das Relações de
Trabalho e Desigualdades – CEERT, 2012, pp. 47-64.
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular para a educação
infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. V. 2.
CAVALLEIRO,
Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao
silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação
infantil. 1998. 240f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de São
Paulo, São Paulo, 1998.
CENCIANI,
Daniela Xavier. Relações entre o cotidiano escolar da educação infantil e a
problemática racial brasileira. Revista
África e Africanidades. , ano 1, n. 3, nov. 2008.
DEMO,
Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 1999.
FAZZI, R. C. Preconceito racial na infância.
Tese de doutorado Rio de Janeiro: Departamento de Sociologia, Instituto
Universitáriode Pesquisas do Rio de Janeiro, 2000.
FRANÇA,
Luiz Fernando de. Desconstrução dos
estereótipos negativos do negro em Menina
bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado, e em O menino marrom, de Ziraldo. Estudos de Literatura Brasileira
Contemporânea, nº. 31. Brasília, janeiro-junho de 2008, pp 111-127.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da Autonomia:
saberes necessários a prática educativa. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
LAKATOS,
Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia
do Trabalho Científico. 7. ed. São Paulo: Atlas. 2010.
LEITE,
Luciane Andréia Ribeiro. Era uma vez uma
menina muito bonita. Uma prática pedagógica relacionada com a questão
racial em uma turma de alfabetização. Disponível em: http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/etnico_raciais/era_uma_vez_uma_menina_muito_bonita.pdf.
Acesse em: 29 ago. 2012.
LIMA, Thaísa
de Oliveira. Menina bonita: O
preconceito com crianças negras na educação infantil. 2009. Disponível em: revistas.jatai.ufg.br/index.php/acp/article/view/919/478.
Acesso em: 29 ago. 2012.
GELMI,
Gisele. Projeto Consciência Negra: Educação
não tem cor. 2008. Disponível em: http://www.veracruz.sp.gov.br/consciencia%20negra.pdf.
Acesso em: 29 ago. 2012.
MACHADO,
Ana Maria; Menina bonita do laço de
fita. Ilustrações Claudius. - 8ª ed. – São Paulo: Ática, 2010.
SANTOS,
Izequias Estevam dos. Manual de Métodos
e Técnicas de Pesquisa Científica. 7. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2010.
SILVA,
Flávia Carolina da; PALUDO, Karina Inês. Racismo
Implícito: Um olhar para a educação infantil. 2011. Disponível em: http://www.africaeafricanidades.com/documentos/14152011-19.pdf.
Acesso em: 29 ago. 2012.
SISTO, Celso; Mãe
África: mitos, lendas, fábulas e contos.
São Paulo: Paulus, 2007.
NEVES, Pollyana Cassiano. As relações étnico-raciais na educação infantil. Disponível em: http://www.simposioestadopoliticas.ufu.br/imagens/anais/pdf/CP02.pdf.
Acesso em: 29 ago. 2012.
ANEXOS
Imagem disponível em:
http://www.toymagazine.com.br/images/livro_moca_bonita.jpg
Editora: ATICA 3
ISBN : 8508066392
ISBN 13: 9788508066391
Espec. : LITERATURA INFANTIL
BROCHURA
7 º Edição –2010 24 pág.
MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
(Ana Maria Machado)
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
(Ana Maria Machado)
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até
com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia: - Conselhos da mãe da minha madrinha...
Texto disponível em:
http://contandoradehistorias.blogspot.com/2008/01/na-espera-menina-bonita-do-lao-de-fita.html
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até
com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia: - Conselhos da mãe da minha madrinha...
Texto disponível em:
http://contandoradehistorias.blogspot.com/2008/01/na-espera-menina-bonita-do-lao-de-fita.html
DIVERSIDADE Autora: Tatiana Belinky
Um é feioso,
Outro é bonito
Um é certinho
Outro, esquisito
Um é magrelo
Outro é e gordinho
Um é castanho
Outro é ruivinho
Um é tranqüilo
Outro é nervoso
Um é birrento
Outro dengoso
Um é ligeiro
Outro é mais lento
Um é branquelo
Outro sardento
Um é preguiçoso
Outro ,animado
Um é falante
Outro é calado
Um é molenga
Outro forçudo
Um é gaiato
Outro é sisudo
Um é moroso
Outro esperto
Um é fechado
Outro é aberto
Um carrancudo
Outro ,tristonho
Um divertido
Outro, enfadonho
Um é enfezado
Outro é pacato
Um é briguento
Outro é cordato
De pele clara
De pele escura
Um ,fala branda
O outro, dura
Olho redondo
Olho puxado
Nariz pontudo
Ou arrebitado
Cabelo crespo
Cabelo liso
Dente de leite
Dente de siso
Um é menino
Outro é menina
(Pode ser grande
ou pequenina)
Um é bem jovem
Outro, de idade
Nada é defeito
Nem qualidade
Tudo é humano,
Bem diferente
Assim, assado
todos são gente
Cada um na sua
E não faz mal
Di-ver-si-da-de
É que é legal
Vamos, venhamos
Isto é um fato:
Tudo igualzinho
Ai ,como é chato!
Livro utilizado na
Roda de História
Teatro para a
apresentação de fantoches
Fantoche do Coelho
Branco
Fantoche da Menina
Bonita
Figura do jogo Mancala ou Kallah
Figura do jogo
Mancala ou Kallah e as sementes
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSerá por que não tem comentários? É um projeto muito bom!
ExcluirFico feliz que tenha gostado!!!
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