A Abordagem Reggio Emilia para a Educação Infantil (parte2): um breve histórico
“… cem mundos para descobrir
…cem mundos para inventar
…cem mundos para sonhar…”
Loris Malaguzzi, idealizador da abordagem Reggio Emilia
As escolas de Reggio Emilia, em meu modo de ver, representam um marco na organização da sociedade civil dessa região italiana, pois foram os próprios pais dos alunos que, em meio aos escombros da Segunda Guerra, aproveitaram os tijolos e os ferros das casas bombardeadas para construir escolas para as suas crianças, dando-nos o testemunho de que é possível transformar a realidade quando há ideal, determinação e compromisso.
As escolas foram organizadas, inicialmente, em locais improvisados (e não construídos para o desenvolvimento de atividades com crianças pequenas) com participação ativa dos pais, que entendiam que eles deveriam, também, participar da educação formal (e, portanto, escolar) de seus filhos.
O esforço e o desejo desses pais recebeu direcionamento através da extraordinária visão de Loris Malaguzzi, um jovem professor naquela época, que dedicou a vida ao desenvolvimento de sua filosofia conhecida como Abordagem Reggio Emilia para a Educação Infantil.
O sistema educacional do município de Reggio para crianças pequenas (de três meses a seis anos) sempre se caracterizou por ser uma comunidade de pesquisa e de intenso trabalho de formação de professores. Sua estrutura tem uma forte organização, um grande relacionamento com a comunidade e uma intensa participação dos pais.
As escolas de Reggio Emilia se tornaram visíveis aos olhos de todo o mundo quando, em 1991, a revista americana Newsweek escreveu um longo artigo destacando-as como uma das melhores do mundo em Educação Infantil.
Mas, afinal, o que é a Abordagem Reggio Emilia?
No ponto central da Abordagem Reggio Emilia para a Educação Infantil está a crença de que as crianças são cheias de curiosidade e criatividade. Em suas mentes, não existem espaços vazios esperando serem preenchidos por fatos, imagens ou datas. Por isso, o currículo nas escolas é flexível e emerge das ideias, pensamentos e observações das crianças. Seu objetivo principal é cultivar uma paixão permanente pela aprendizagem e pela exploração.
Os seguintes fatores são inerentes a essa abordagem:
- A imagem da criança como protagonista, investigadora e comunicadora;
- O professor como parceiro, guia, pesquisador e aprendiz;
- A importância da Arte como linguagem expressiva;
- A cooperação como base de todo o sistema educacional;
- O ambiente como o terceiro professor;
- Os pais como parceiros no processo de ensino- aprendizagem;
- A Documentação Pedagógica como forma de comunicação.
Nas próximas semanas, cada um desses aspectos será apresentado separadamente, apesar de serem totalmente correlacionados.
Anáile Abrahão
Quer saber mais?
“Diálogos com Reggio Emilia: Escutar, Investigar e Aprender”, Carla Rinaldi, Ed. Paz e Terra, 2012.
Referências Bibliográficas:
THE REGGIO EMILIA APPROACH TO EARLY YEARS EDUCATION. Glasgow: Learning and Teaching Scotland, 2006. 50p.
MIRANDA, Heide. O imaginário nas escolas de Reggio Emilia, Itália. 2005. 7p.
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